Tá Com Medo, Doutor? - Jairo Pereira, Mutum

Pelo Amor, seu doutor

Faz favor de me escutar

O balde transbordou

Eu sou uma arma pronta pra atirar

Dos 30 da minha vida

Trmpando honestamente

Francamente, seu doutor

As más línguas não mentem

Respeitei os mandamento

Nunca roubei na vida

Minha família sem comida

Mesmo assim não quis roubar

Dignidade é sagrada pra minha família

E esse nome não sou eu o louco de querer sujar

Foi de migalhas que cresci

Mas eu não como na sua mão

Você mandou pra mim

Um ódio seco e sem razão

Mãos calejadas que agradam sua prece

Mais uma teia suja que a sua laia tece

Porra, eu investi no menino

Eu dei a vida por aquele menino

366 dias sangrando no ano

E os seus cães o farejaram estudando

Moleque bom, sonhos, dons, curtia um som

Soltava pipa pequeno e agora quase doutor

Pelo amor meu senhor

Vê se entende minha ira

Olha pra mim

Não vira a cara, não foge, não grita

Me chama de macaco agora seu cuzão

Não quer encara os danos que você causou

As mães de maio a maio choram em luto

O seu racismo covarde é o que me motivou

É o terror

O pesadelo do sistema

Que encorpou

O seu amor por aqui faz vala

O seu carinho em minha pele vara

Não passarão, não passarão

Racistas não passarão, não passarão

Não disfarça, levanta a cabeça agora

A tua corja hoje não vai te ajudar

O teu dinheiro sujo financia o nosso sangue na rua

Tu começou então não peça pra eu parar

E de migalha em migalha a nossa vida padece

Claudia, Amarildo, Zulmira, Flavio Santana, Da leste

Mais de 80 por dia

Um genocídio que conta

Com o desprezo da mídia

Sua verdade me afronta

Pedro Henrique perguntou se era caçado

14 anos e já anda preocupado

Ser preto e jovem é um risco

Sociedade racista fecha os olhos pra isso

Tá com medo, doutor?

O pesadelo do sistema

Que encorpou

O seu amor por aqui faz vala

O seu carinho em minha pele vara

Não passarão, não passarão

Racistas não passarão, não passarão

Tá com medo, doutor?

Por el amor de tu doctor

Por favor escuchame

el balde se desbordó

Soy un arma lista para disparar

De los 30 de mi vida

moler honestamente

Francamente, su médico

Las malas lenguas no mienten

Respeté el mandamiento

nunca robé en mi vida

mi familia sin comida

Aunque no quería robar.

La dignidad es sagrada para mi familia.

Y yo no soy el que está loco por querer ensuciarse

Fue de migajas que crecí

Pero yo no como de tu mano

me lo enviaste

Un odio seco e irrazonable

Manos callosas que complacen tu oración

Otra telaraña sucia que teje tu especie

Maldita sea, invertí en el chico

Di mi vida por ese chico

366 días de sangrado al año

Y sus perros lo olieron estudiando

Buen chico, sueños, regalos, disfruté un sonido.

Solía ​​volar una pequeña cometa y ahora soy casi un médico

Por el amor de mi señor

A ver si entiendes mi enfado

Mírame

No voltees la cara, no huyas, no grites

Llámame mono ahora idiota

No quieres enfrentar el daño que has causado

Madres de mayo a mayo lloran de luto

Tu cobarde racismo es lo que me motivó

es el terror

La pesadilla del sistema.

que encarnaba

Tu amor por aquí hace una zanja

tu cariño en mi piel de palo

no pasará, no pasará

Los racistas no pasarán, no pasarán

No lo escondas, levanta la cabeza ahora

Tu pandilla no te ayudará hoy.

Tu dinero sucio financia nuestra sangre en la calle

Empezaste así que no me pidas que pare

Y, de miga en miga, nuestra vida sufre

Claudia, Amarildo, Zulmira, Flavio Santana, Daeste

Más de 80 al día

Un genocidio que cuenta

Con el desprecio de los medios

tu verdad me afrenta

Pedro Henrique preguntó si estaba cazado

14 años y ya preocupado

Ser negro y joven es un riesgo

La sociedad racista hace la vista gorda ante esto

¿Tiene miedo, doctor?

La pesadilla del sistema.

que encarnaba

Tu amor por aquí hace una zanja

tu cariño en mi piel de palo

no pasará, no pasará

Los racistas no pasarán, no pasarán

¿Tiene miedo, doctor?